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Sindicatos reinventados

O processo de adaptação ao fim da contribuição sindical compulsória, vinda com a Reforma Trabalhista em novembro de 2017, já rende cases de sucessos no estado do Rio. Um dos exemplos vem do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Rio de Janeiro (Sindirepa), que deu um salto de 28 associados em 2017 para 721 até dezembro de 2018, um incremento de incríveis 2.575%. A fórmula não é nenhum segredo: além da defesa de interesses, a oferta de produtos e serviços aos associados agregou valor ao associativismo.

O carro-chefe foi a parceria com um plano de saúde para oferecer às empresas, seguido da oferta de atendimento jurídico, segundo Celso Mattos, presidente do Sindirepa. “Hoje, temos uma Central de Serviços com vários parceiros. Estamos sempre procurando expandi-la, de modo que nossos associados saibam que eles podem contar com a gente. Somos reconhecidos como um clube de benefícios e balcão de negócios”, contou. Em 2018, a entidade ficou entre os finalistas do 1º Prêmio Nacional de Boas Práticas Sindicais, uma parceria entre a CNI e as federações estaduais.

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Para Cesar Bedran, gerente de Associativismo da Firjan, o novo cenário é de reinvenção. “É importante se reinventar e encontrar soluções para manter a sustentabilidade financeira. Não há dúvidas que a prestação de serviços de qualidade, buscando sempre a captação e a fidelização de associados, é uma das possibilidades de obter sucesso nessa empreitada”, ressalta ele.

O mesmo caminho traçou o Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Estado do Rio de Janeiro (Sindistal). A entidade possui três ferramentas principais que fazem com que seus associados enxerguem valor: uma Certificação de Qualidade do Sistema de Gestão e Operação, uma Central de Serviços e um Programa de Eficiência Energética (PGE). A última ação conquistou a 2ª posição do Prêmio Nacional de Boas Práticas na etapa estadual.

“O resultado dos nossos esforços são nossa sustentabilidade sindical. Cento e vinte e cinco novas empresas se associaram ao Sindistal entre 2013 e 2018”, ressaltou Fernando Cancella, presidente da instituição. “Desde sempre, temos em mente que a qualidade é essencial para fidelizar. Não adianta atrair e depois ter programas mal executados”, completou.

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Retorno da fidelização

De acordo com Rodrigo Soares, professor da Trevisan, fidelizar custa cinco vezes menos que captar novas empresas, e muitos gestores investem pouco nessa área. “Conforme se aumenta a percepção de valor, menos você gasta com captação”, informou Soares durante a “Oficina de Gestão Sindical”, realizada recentemente pela Gerência Geral de Suporte Sindical e Empresarial na Firjan.

No fim do ano, foi lançado também o Manual de Processos Sindicais, elaborado com base no diagnóstico de processos primordiais e das boas práticas de 22 instituições, projeto conduzido pela Gerência de Associativismo. Esse trabalho resultou no manual para líderes e equipes sindicais, a respeito de exigências legais e boas práticas para o bom funcionamento de um sindicato empresarial, contribuindo assim para o fortalecimento da representatividade e ampliação da percepção de valor da atuação da instituição nas respectivas re­giões de abrangência.
Outra ação pioneira da Firjan nesse sentido foi a realização de um evento conjunto com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ), em dezembro, para debater o assunto, que marcou a necessidade de união e integração dos setores da economia. “O distanciamento entre as duas federações era infundado. Juntos, temos mais potencial de trabalhar em prol do maior investimento social existente, que é a promoção de trabalho e renda”, avaliou Antonio Florencio de Queiroz, presidente da Fecomércio RJ.

União de esforços

Na ocasião, houve a assinatura de um termo de cooperação entre os Sindicatos das Indústrias Gráficas do Estado (Sigrarj) e do Município do Rio (Sigraf). O documento, elaborado com apoio da equipe jurídica da Firjan, abrange intercâmbio de recursos de modo a fortalecer a capacidade de gerenciamento das instituições. Trata-se, portanto, de um exemplo de como as entidades podem seguir para ter um papel mais forte.
“O termo abre um leque de oportunidades e possibilidades para agregar valor às empresas gráficas”, disse Aderbal Falcão, presidente do Sigrarj. Para Carlos Di Giorgio, presidente do Sigraf, é preciso se unir para prestar os melhores serviços aos empresários. “Acredito que a união de esforços entre os sindicatos será o futuro da representação empresarial”.

Por sua vez, o Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção de Campos (SICCC) percebeu que é preciso prestar atenção às demandas do setor para se fazer indispensável. Com isso, elaborou um projeto para baratear a compensação ambiental.
De acordo com Oziel Batista, presidente da entidade, para obter a licença, as propriedades de extração de barro precisam ter determinado percentual de mata, a chamada reserva legal. Para baratear os custos, cerca de 40 empresas das 90 associadas se uniram, com permissão dos órgãos ambientais, para criar essa compensação em uma área fora de suas propriedades.
“Adquirimos uma área com mata nativa equivalente ao tamanho total da reserva legal necessária em cada propriedade individual. Vamos agora doar esse parque ecológico à Prefeitura de São Fidélis, no Norte Fluminense”, explicou Batista, para quem a sustentabilidade passa pela união de todos. “Precisamos entender e criar a união do nosso setor e empresas”, recomenda.

Fonte: Firjan

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