Batizada de Two Sides (Dois Lados), a campanha tem por objetivo desfazer “mitos que põem em questionamento a sustentabilidade da cadeia”, como o de que o setor contribui para o desflorestamento.

 

A campanha tem o apoio da ANJ (Associação Nacional dos Jornais) e da Aner (Associação Nacional de Editores de Revista) e deve começar a ser veiculada dentro de dois meses em jornais, revistas, rádio e TV.

 

“Começamos a investigas as críticas e descobrimos que existe, sim, um problema de perda de cobertura de florestas, mas que a indústria de papel tem uma participação muito pequena”, afirma Martin Eustace, diretor da campanha Two Sides no Reino Unido e que veio ao Brasil para o lançamento da campanha. 

 

“A maior parte da madeira cortada, 52%, é usada para gerar energia no consumo doméstico.” Ele diz que 11% de todo o corte de árvores feito anualmente vai para a indústria de papel e celulose. 

 

O setor também utiliza 6% do subproduto de outras indústrias que usam madeira.

 

Na avaliação de Eustace, parte do mito é fomentada por empresas de tecnologia.

 

“Elas promovem aparelhos eletrônicos como mais sustentáveis, mas a verdade é que os eletrônicos são muito mais difíceis de reciclar”, diz.

 

Ela afirma que, na Inglaterra, a indústria gráfica e de papel conseguiu fazer com que o Google e a Toshiba abortassem campanhas internas que pregavam em um “dia sem papel”.

 

“A campanha feria os códigos de boas práticas da publicidade. Se eles continuassem fazendo, nós iríamos entrar com uma queixa.”

 

Fonte: Folha de São Paulo